23/02/2023 - Rússia avalia proposta de paz para guerra na Ucrânia feita por Lula
A informação foi anunciada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias russa Tass
O governo da Rússia avalia as propostas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para mediar a paz na Ucrânia e cessar o conflito, que completa um ano na sexta-feira. A informação foi anunciada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias russa Tass, divulgada nesta quinta-feira.
Segundo o vice-chanceler, Moscou "tomou nota" das várias declarações que Lula tem feito sobre a questão. O presidente brasileiro defende a necessidade de falar de paz e se opõe enfaticamente ao envio de armas, munições ou outras tecnologias bélicas ao governo de Volodymyr Zelensky:
— Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada [da guerra] na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os envolvidos — afirmou. — Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação in loco.
Galuzin enfatizou a importância da visão do Brasil, ressaltando que o Kremlin vê o país como um parceiro estratégico bilateral e globalmente:
— Estamos interagindo de forma construtiva nos Brics, G20, ONU e seu Conselho de Segurança, onde essa nação [Brasil] agora é representada como membro não permanente — acrescentou.
De acordo com o representante russo, o país "aprecia" o fato de o Brasil não fornecer armas à Ucrânia "apesar da pressão dos EUA".
— Gostaria de enfatizar que a Rússia valoriza a posição de equilíbrio do Brasil na atual situação internacional, sua rejeição a medidas coercitivas unilaterais tomadas pelos EUA e seus satélites contra nosso país e a recusa de nossos parceiros brasileiros em fornecer armas, equipamentos militares e munição para o regime de Kiev — afirmou. —
Fonte: O GLOBO.
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